No passado dia 16 de março decorreu, na sala S.2.8 da Escola Secundária Domingos Rebelo, uma aula aberta, ministrada pelo Mestre Artur Veríssimo, professor de Português, subordinada ao tema «O heroísmo n’Os Lusíadas e na Mensagem».
Embora os tempos atuais, neste nosso modesto canteiro português, se prestem pouco ao discurso animado e os heróis salvíficos nos pareçam hoje, cada vez mais, um verdadeiro mito, foi com um discurso entusiástico e estimulante que o orador conquistou a atenção do seu auditório, composto, na sua maioria, por alunos do 12.º ano e alguns professores de Português.
Começou o professor, desde logo, por introduzir o conceito de herói, como sendo todo aquele que se eleva acima da medida comum, empenhando-se com energia, coragem e sabedoria na defesa de um ideal, o que constituiu uma definição essencial para se compreender o desfile de heróis que foram selecionados das obras de Camões e Pessoa - Viriato, D. Teresa, D. João I, D. Dinis, D. Sebastião, D. Nuno Álvares Pereira, entre outros.
Foi assim que, numa aula participada, com dedos no ar e vozes de alunos que se fizeram ouvir, fomos convidados a (re)visitar heróis da nossa História e, no essencial, fomos percebendo as diferenças que deles sobressaem nas duas das nossas maiores obras literárias. Mostrou, então, o professor Artur Veríssimo que na Mensagem o herói é incorpóreo e, embora orientado pelo braço de Deus, o que o faz mover é a vontade, o sonho, enquanto n’Os Lusíadas é, sobretudo, a figura histórica, humana que se impõe, até porque o próprio contexto da época renascentista impunha a visão de um Homem como medida de todas as coisas, crente nas suas capacidades.
Esta aula aberta deu, portanto, o mote a professores e alunos para, juntos, explorarem a dominante mítica e simbólica do poema de Pessoa, por um lado, e a elevação do heroísmo dos atos concretos na epopeia de Camões, por outro.
Estas obras, de estudo obrigatório na disciplina de Português do 12.º ano, possibilitam, pois, aos nossos alunos a identificação de um espírito nacional e do sonho de uma raça, não já o de um império terreno, mas antes o de um império espiritual, como referiu Pessoa: «Conquistámos já o Mar: resta que conquistemos o Céu». Por isso, o poeta, lembrando que o nevoeiro é a condição negativa necessária antes da regeneração, termina a sua Mensagem com um sinal de esperança:
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!
Embora os tempos atuais, neste nosso modesto canteiro português, se prestem pouco ao discurso animado e os heróis salvíficos nos pareçam hoje, cada vez mais, um verdadeiro mito, foi com um discurso entusiástico e estimulante que o orador conquistou a atenção do seu auditório, composto, na sua maioria, por alunos do 12.º ano e alguns professores de Português.
Começou o professor, desde logo, por introduzir o conceito de herói, como sendo todo aquele que se eleva acima da medida comum, empenhando-se com energia, coragem e sabedoria na defesa de um ideal, o que constituiu uma definição essencial para se compreender o desfile de heróis que foram selecionados das obras de Camões e Pessoa - Viriato, D. Teresa, D. João I, D. Dinis, D. Sebastião, D. Nuno Álvares Pereira, entre outros.
Foi assim que, numa aula participada, com dedos no ar e vozes de alunos que se fizeram ouvir, fomos convidados a (re)visitar heróis da nossa História e, no essencial, fomos percebendo as diferenças que deles sobressaem nas duas das nossas maiores obras literárias. Mostrou, então, o professor Artur Veríssimo que na Mensagem o herói é incorpóreo e, embora orientado pelo braço de Deus, o que o faz mover é a vontade, o sonho, enquanto n’Os Lusíadas é, sobretudo, a figura histórica, humana que se impõe, até porque o próprio contexto da época renascentista impunha a visão de um Homem como medida de todas as coisas, crente nas suas capacidades.
Esta aula aberta deu, portanto, o mote a professores e alunos para, juntos, explorarem a dominante mítica e simbólica do poema de Pessoa, por um lado, e a elevação do heroísmo dos atos concretos na epopeia de Camões, por outro.
Estas obras, de estudo obrigatório na disciplina de Português do 12.º ano, possibilitam, pois, aos nossos alunos a identificação de um espírito nacional e do sonho de uma raça, não já o de um império terreno, mas antes o de um império espiritual, como referiu Pessoa: «Conquistámos já o Mar: resta que conquistemos o Céu». Por isso, o poeta, lembrando que o nevoeiro é a condição negativa necessária antes da regeneração, termina a sua Mensagem com um sinal de esperança:
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!
Sem comentários:
Enviar um comentário