sexta-feira, 22 de maio de 2009

Alunos da E.S. Domingos Rebelo visitam “Café Portugal”

Em finais do segundo período, os alunos do 10º ano do Curso Tecnológico de Ordenamento do Território e Ambiente da E.S. Domingos Rebelo visitaram a exposição “Café Portugal”, que decorreu no Núcleo de Arte Sacra do Museu Carlos Machado até finais de Março, no âmbito da disciplina de Filosofia, sob a orientação da docente Manuela Macedo. O objectivo desta visita foi dar a conhecer as novas linguagens no campo das artes plásticas e, simultaneamente, a divulgação do património cultural açoriano. Entre as obras contemporâneas expostas os alunos não ficaram indiferentes às de Pedro Amaral e de Pedro Valdez Cardoso que remetiam para hábitos e histórias que fazem parte da nossa memória colectiva. A mesa em forma de cubo, decorada com símbolos da década de 60, da autoria de Pedro Amaral, trazia à lembrança pedaços da história europeia, nomeadamente o holocausto, e as “mezinhas caseiras” que as nossas avós tão ciosa e orgulhosamente guardavam e que, depois de preparadas e tomadas, nos livravam de maleitas. Quem não se lembra ainda da avó ou da mãe mandar comprar os célebres rebuçados do Dr Bayard à farmácia, quando estávamos constipados? Por sua vez a “mesa de gesso”, da autoria de Pedro Valdez Cardoso, ornamentada com elementos que aludiam para o final de prolongada refeição, fazia lembrar os velhos hábitos de um passado recente e que muito poucos teimam em manter. A sala de jantar, com a respectiva mesa de refeições, era o espaço privilegiado da casa, onde à volta daquela se convivia, de tudo se falava e se descobriam os segredos de família. A sala de jantar era uma espécie de “Café Portugal”, onde em redor da enorme mesa e entre família e amigos, se trocavam ideias e se discutiam os assuntos relativos à família e ao país. Ali todos aprendiam regras sociais e valores, como o respeito pelo próximo, tão indispensáveis ao convívio social. Em família aprendíamos a ser homens ou mulheres. Sentarmo-nos à volta da mesa, com pais e família, para tomarmos as refeições diárias constituíam autênticos actos sociais, repletos de verdadeiros rituais e significados.

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