segunda-feira, 2 de junho de 2008

há mais vida para lá da tecnologia

Talvez porque se tenha instalado na sociedade portuguesa uma modorra perante o discurso da inevitabilidade ou porque é do cansaço que advém a percepção de que o futuro, para além de incerto (como é da sua natureza) se nos apresenta pobre nas suas possibilidades, acontece a necessidade de uma espécie de regresso a momentos originais. Buscar forças animosas ou recuperar ideias que a História não actualizou mas que potencialmente podem originar novas visões do mundo e redifinições sobre o lugar de Portugal na lusofonia e no mundo são, entre outros, os objectivos de um movimento que há uns tempos andava germinando. Entre Teixeira de Pascoaes e Agostindo da Silva, mais os muitos que se poderiam colocar entre, o projecto da Nova Águia parece ter húmus em que se pode sustentar. Neste blogue cabe, se os meus companheiros a isso não objectam, dar notícia do que não se esgota na notícia. No «MIL», Movimento Internacional Lusófono, deparamo-nos pois com o que de melhor a saudade de Vieira e de Pascoaes possuia (http://novaaguia.blogspot.com/). Não a nostalgia do que foi, antes a investidura criativa do que há-de ser. Não a passividade de milenarismos sebásticos, antes a cívica participação num mundo a haver. Não a clausura encomiástica do que «é nosso», antes a celebração da universalidade de um destino comum. Como podemos ler no manifesto da revista (http://www.agostinhodasilva.pt/images/docs/manifesto_nova%20aguia.pdf):
«Recriar uma revista e um movimento de transformação das mentalidades e das vidas - A revista Nova Águia pretende recriar no presente o espírito da revista A Águia, órgão do movimento da Renascença Portuguesa, enquanto aglutinador de algumas das mais notáveis figuras da nossa cultura e impulsionador de um fecundo debate de ideias de que resultaram, pela própria divergência, alguns dos mais importantes movimentos culturais do século XX em Portugal, como os que se expressaram nas revistas Orpheu e Seara Nova. A Nova Águia pretende continuar e recriar, adaptado à contemporaneidade, o melhor desses e de outros movimentos, contribuindo para uma transformação profunda das mentalidades e das vidas.»
Valete, Fratres!

2 comentários:

João Paulo disse...

Um verdadeiro projecto de reciclagem cultural.
Excelente!

Domingos disse...

Obrigado...